sábado, 27 de fevereiro de 2010

free ;

Achei que tinha acordado meio emo, mas agora tenho certeza de que hoje eu acordei fossa. Nenhum emo que eu conheço escuta Sandy e Junior, ou Kelly Key. Sim, eu desenterrei alguns discos meus aqui já que a minha internet tava debrinks (pra variar ) , e até que eu to curtindo sabe? às vezes eu nem sei se eu to gostando, acho que é só saudade daquele tempo.  Ah, como era ÓTIMO quando eu era menorzinha , quando eu não precisava me importar com o meu cabelo ou com o que eu estava vestindo, ou com uma espinha do capeta ou com ser capenga ou “pop”. Quando a gente é pequeno, temos uma ideia errada de ”liberdade”.  Achamos que com 18 anos vamos fazer o que a gente quiser, e, na maior ingenuidade, aspiramos a maioridade só pra poder dizer pros pais que agora eles não podem mais deixar a gente de castigo. Mal sabia eu que aquela época era mais livre do que jamais seria. Isso mesmo, agora eu percebi que liberdade é ter a oportunidade de deixar a sua cabeça livre dos problemas, e não ficar sem uma coleira imaginária ou ter plena e total responsabilidade pelos nossos atos.  Eu era feliz, e era livre. Não tinha vícios, manias, não tinha orkut,  não sabia o que era fake e achava que balonê era algum tipo de balão colorido, igualzinho aqueles que tem pra vender naquelas barraquinhas do shopping , enchem os olhos de cores e encantam crianças com a magia de um balão que voa sozinho. A liberdade está vinculada à felicidade, se você for pensar bem.  Quanto mais feliz, mais livre da própria consciência, mais livre das conseqüências  .  Também era livre da responsabilidade de amar alguém, de gostar de verdade de uma pessoa, não tinha frustrações de amores não correspondidos, não sentia ciúmes nem insegurança, a felicidade, pra mim, era ver o meu pai chegar com um doce, ou até mesmo sem nada pra me oferecer, mas com aquele abraço gostoso me esperando. Nada substitui a família, nada. Tanto é que quando você tem uma amizade verdadeira, o que você sente pela pessoa chega quase perto do que você sente por um primo distante. Pode não ser irmão de sangue, mas é irmão de alma. Amor de verdade é de pai e mãe! Só. Parando pra pensar, chega a ser injustiça os esforços dos nossos pais pra nos educarem, nos manterem, e quando chega os 18, o passarinho deles sai do ninho achando que assim conquistará um pouco de liberdade, que provará do gosto da independência. E leva muito tempo pra eles perceberem que não é assim, e tempo é precioso, lá na frente nós vamos nos perguntar: porque ninguém me disse isso antes? E aí vem a resposta: disseram, disseram muito, mas no nosso individualismo adolescente acabamos ignorando, trocando esses conselhos valiosos por conversas de MSN fúteis e superficiais.  Ah, o que eu não daria pra ter oito anos denovo! Sorrisos puros, lágrimas de verdade, sem nenhuma incerteza, sem nenhuma obrigação além daquela que manda a gente a ser feliz. Escrevi muito aqui, mas não tenho a mínima ideia de quem vai ler, e SE vai ler, no nosso egocentrismo os conselhos são uma ajuda à parte, uma lição de vida opcional. Mas o que me leva a escrever não é a obrigação, é a paixão pela leitura e por defender o meu ponto de vista, pois quando nós escrevemos, adquirimos a liberdade de expressar a nossa opinião, de tentar mostrar pro mundo o que a gente acha dele. Cresci, mas nos textos ainda consigo sentir um pouco daquela antiga sensação, aquela de independência da dependência, aquela fome de ser criança novamente. E você, o que me diz disso? O mundo se move em cima de perguntas, mas respostas também são bem vindas *: 
Harry Potter - Golden Snitch