Those empty walls don't fill me, even if I'm empty too. I've been pushed to death, dizzing, floating, trying to jump without a ground where my feet can touch on. The worst place to die seems to be inside the ones that you love, the worst way is dying alive. Alone. Inside your own shell - the same shell you once buildt to protect you from all of those souls. You made it.
People don't talk while you're near. They don't look at your eyes. All of them don't even try to touch you, you've always been on fire. They don't care (you're not suppose to, also). You made it.
You're viewing everything from outside, like in a painting. Your family goes on without you. Your friends, too. While you were trying to follow the script they wrote since you're born, life happened. You completed the life schedule they wanted, but it wasn't enough. They rather share the love with the baby who never reached any point at the schedule, never earned anything by itself.
This is life.
You try to follow the rules. You're suddenly fucked up.
You try to not follow. You have nothing to loose.
At the end
You're alone
And the other side of the bridge
Ends up in the same place
Everything started
Nowhere
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
MERRY CHRISTMAS
Acabou a
energia.
Fosse o
que fosse, deixou metade do vilarejo no escuro. Em plena véspera de natal, as
luzinhas, arranjos, guirlandas, crianças brincando na neve, os programas
televisivos de praxe: tudo foi substituído pelo breu.
Não que
tivesse de fato alguma importância. O único prato cheio em sua ceia de natal
era o dele próprio: era o oitavo natal que passava sozinho, somente com a
companhia do porta-retratos antigo que ganhara em sua última visita ao
hospital. Sua mulher já não tinha cabelos (um dos terríveis efeitos da
quimioterapia) e estava com uma aparência mórbida. Ambos sorriam em meio a um
grupo de médicos muito, muito sérios. Todas as figuras acompanharam-no na
escuridão que se seguiu, cantando a felicidade do povo lá fora no silêncio que
caiu sobre a casa.
“Minha
mulher fazia mais barulho que todas as crianças deste lugar juntas”.
Era uma
mulher espirituosa, como diriam os vizinhos. Ayra escolhera seu companheiro quando
pequena, eram colegas de classe e, assim, permaneceram juntos durante muito
tempo. Fazia piadas, ria de tudo, a
seriedade só vinha de tempos em tempos e, mesmo assim, aparecia em parcelas.
Realizaram os planos de viajar pelo mundo juntos, tiveram um cachorro,
plantaram uma árvore, não conseguiram ter um filho por questões óbvias. Além de
esposa, também era melhor amiga, por isso o rombo no coração de Charlie quando ela
partiu. Ele colecionava os objetos dela, guardando-os todos numa caixinha de joias
bordô: sua corrente preferida, uma fita de cetim (mesmo após insistências, Ayra
nunca deixou de usá-la para prender seus cabelos) e um frasco vazio.
“Ainda consigo sentir o perfume dela quando a saudade aperta”.
“Ainda consigo sentir o perfume dela quando a saudade aperta”.
E estava
acontecendo de novo. Geralmente antes de dormir, depois da oração rotineira,
sua mulher ainda se fazia presente no quarto. Às vezes sonhava com ela.
Acordava no meio da noite com a garganta seca, desnorteado, procurando o amor
pela casa inteira, só parava quando, sem querer, olhava pela janela e deparava a
cruz que fizera no jardim em homenagem à Ayra: esse era o maior problema do
natal. A nostalgia o tirava do mundo e o mundo o deixava triste quando voltava
à vida.
A energia
voltou.
O
ambiente em que se encontrava já não era mais o mesmo, estava totalmente diferente.
Já havia abandonado a sala de jantar e, depois do que pareceram muitas horas de
transe, encontrava-se sentado em sua cama. Do lado direito, perto da parede, viu-se
no que parecia um sono profundo, com um laço bordô no lugar onde estivera sua
aliança de casado e a corrente de ouro no pescoço. Já não sentia mais as dores
da velhice, nem mesmo as dores do coração. Do lado esquerdo, parada junto à
porta, podia-se ver uma silhueta. A sombra moveu-se em direção à sala de estar.
O senhor deixou-se deitado no quarto e correu para o lugar onde se encontrava
sua árvore de natal.
A estrela
no topo, que não acendia desde a tragédia, estava brilhando e despejando uma
luz amarela sobre tudo. A sensação era de aconchego total. Ayra estava parada,
com as mãos estendidas, indicando a ponta mais alta do objeto: de mãos dadas,
então, moveram-se em direção ao topo. O mundo inteiro estava chorando junto com
Charlie, que irradiava felicidade no reencontro. Como última lembrança do plano
real, levou consigo todo o amor que guardou durante sua vida ao lado da mulher
que jazia do lado de fora.
No fim,
tudo valeu a pena para os dois. Quando a notícia da morte de Charlie chegou aos
habitantes do vilarejo, houve comoção geral. E todas as casas, na noite de 24
de dezembro, recebiam a visita de uma luz muito forte com um suave cheiro de
baunilha, e... aconchegante.
sábado, 30 de junho de 2012
Our lego house
Hoje eu fui visitar nossa aroeira, sozinha. O dia tava lindo. Levei meu livro e fiz um pequeno tour pelos nossos pontos, até fixar meu lugar no principal. Já parou pra pensar que a gente tá quase completando duas primaveras? E eu, que nunca achei que embaçaria os olhos de novo, vi que talvez a gente esteja em um outono particular. O que caiu, além da cor? Fui espairecer embaixo da nossa árvore, rodeada de turistas apaixonados, e fiquei esperando um sinal, um qualquer-coisa que respondesse a ausência. Nada. Inconscientemente torci pra te encontrar no caminho, talvez perdido, talvez escondido, talvez também esperando um quase-nada de arco-íris. Criei milhões de perguntas, inúmeras justificativas, situações, talvez. É difícil enxergar dentro quando tem muita água tampando a vista de fora. Fui sem ninguém, voltei sem sair do nosso cantinho.
Busca?
domingo, 12 de fevereiro de 2012
Dear John
Teu livro ainda tá aqui na minha cabeceira. Deve ser um dos únicos romances que fazem parte da estante, sabia? Tenho problema com romances. Não engulo finaizinhos felizes, amores melodramáticos, aquelas sinopses que tu já conhece só de olhar a capa. Pra mim, casal é outra coisa. Estar junto é fazer doer. É sentir falta, saudade, atravessar a cidade pra um abraço. É brigar. Revoltar a casa. Casal que não briga, não se ama. Tem coisa melhor que se desculpar? Enquanto você lia, veio alguém na sua mente. Responda-me desta vez: quantas vezes o teu coração não explodiu de raiva no meio de uma discussão, enquanto você expunha seus argumentos e, tcharãn, um meio sorriso cansou de se esconder e apareceu ali no rosto de quem não baixava a guarda? É. A gente sabe que não é fácil. Mais difícil que isso, só engolir o sol de acordar feliz. A inveja tem sono leve. A inveja tem nome e endereço, cabelo bonito e corpo escultural. Lamento, aliás, quem conhece uma inveja com Tim Infinity. E não é ciúme, não. Medo de perder é bem maior que essa palavrinha escrota e banalizada, eu tenho mesmo é paciência, meu filho! Pra quem acha que é fácil aguentar mau humor, piriguete, bipolaridade, nervosismo e carência, tô aqui, vivinha e pronta pra partilhar as minhas crônicas. Sabe do que mais? Pior que grude, é ausência. Bate um desespero quando a gente começa a perceber que o outro não precisa tanto assim da gente. Já falei, repeti, fiz plaquinha e colei na porta: não gosto de gente melosa. Não gosto de flores, mas caio de amores se o meu menino me chamar de pequena, me pegar no colo e jurar que nunca mais vai embora.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Tão estranho acordar só agora.
Tão estranho acordar só. Nunca gostei de levar chicotada pra olhar o mundo de outro ângulo: onde entra minha liberdade de expressão no universo alheio? Segundo disse, em seu universo sou neutra. Mentira. Não expliquei, seja pelo cansaço de repetir, pela preguiça de argumentar, mas aqui no meu mundinho, sou esponja. Quem não é, aliás? Absorvo o que me convém (e muitas vezes o mal também) pra, quando faltar espaço, despejar tudo de uma vez e voltar a aprender. Digamos que, nesse momento, estou disposta a sugar muito mais, ainda mais agora que meus pilares desabaram. Tão estranho acordar. Ver que há mais serpente no éden do que é permitido pelas leis dos homens, ver que elas só aparecem pra gente em sua forma natural quando já estão no nosso pescoço, fazendo sufocar nosso espaço. Quem dá o direito de intervenção no nosso próprio planeta? Que fique cada macaco no seu galho, cada um em seu plano dimensional, afinal, sou egoísta em termos de solidão. Gosto do meu escuro. Qual é a graça de sair pintando os sentimentos nas paredes, se podemos simplesmente guardar tudo e preservar? A banalização me enjoa. Enoja. Cansa. Esquisito mesmo é gritar dor aos quatro cantos, gritar amor aos quatro ventos, jogar tudo pro alto e acabar de alma vazia. Tão estranho.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Storm
Ela chorava no canto do quarto, desolada. Brigaram. Disseram todas aquelas coisas horríveis de quem se conhece demais, pesaram a dor de quem já sentiu tudo e anda com o coração anestesiado, respiraram o silêncio de quem tem muita coisa pra falar e pouco motivo pro óbvio. Aumentaram o muro, chacoalharam o assoalho, gritaram pra quem quisesse ouvir: um tinha mais direito que o outro. A mãe era doente, o pai, adolescente. Qual seria meu rumo então? Cavar um buraco no porão, cortar a carne em orações? Fugir do mundo, fugir de mim, fugir com tudo queimando em minha cabeça e de bolsos vazios? Eles ainda acreditam que uma assinatura muda o mundo, eles ainda torcem pro trem das onze passar, pra aparecer no meio do caminho uma Boate Azul jorrando a juventude que perderam. Em meia-vida ainda não conseguiram se encontrar, quem dirá eu. Em plena guerra levo meu caderninho, minha música, minha vontade de independência. Quando nossas duas partes se quebram (entre elas, por elas, na gente, pela gente, pra gente), o jeito é se virar em Anne Frank com bíblia digital e iPod, caminhando cinza pelas ruas, escondendo na gente aquela assinatura que pode mudar o mundo.
sábado, 27 de agosto de 2011
Vem pro teu cantinho
Nessa madrugada eu queria um colo, queria que você me ligasse e devolvesse o meu brilho. Quê há de ser se não nós dois? Desde então vivo com a garganta embaralhada, carrego um peso comigo que eu simplesmente não consigo deixar pra trás. Cada pedaço de mim te grita, te implora. Pretérito perfeito ou futuro do pretérito (futuro pelo pretérito, fica a critério do leitor), a tinta da caneta acabou. Precisa mesmo mudar de parágrafo? A gente pode se reinventar em um começo de oração, uma letra maiúscula de um início de conto de fadas qualquer. Venho com minhas orelhas abaixadas, pedindo pra ti definir o que é prioridade. Se eu puder ir embora, liberta. Desata. Mas só se tu achar que o nosso não vale mais a pena. De todo o amor que eu tenho, metade foi tu que me deu... Fale com a alma que tudo dará certo.
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