Look at this photograph.
- Pra falar a verdade, sem poesia nem nada, tô com medo. O objetivo inicial do post era passar a sensação de perda, de nostalgia com a morte. Morte de quê? Juro, de tudo. É quase cruel o jeito com que o destino arranca as pessoas da gente. Uma espécie de saudade dolorida, percorre o labirinto até chegar no ponto mais fraco, só pára quando o coração aperta. É aí que transborda pelos olhos. Sabe quando bate aquela sensação de despedida? De vontade de ficar com a pessoa por tanto tempo quanto for possível, só pra não perder qualquer momento? Eu tenho isso. Sensação de perda constante. Não sei se é de tanto apanhar da vida (eu, dependente, inexperiente, no auge dos dezesseis anos, tentando passar alguma lição de moral) mas acabei desenvolvendo um mecanismo de desapego. Gosto de mais, enjoo, empurro o prato, não quero mais (como diria Caio Fernando de Abreu). E quando vale a pena sofrer, como é que fica? Não fica, simples. É aí que entra o medo, a inexperiência, o excesso de amor próprio. Como se entregar sabendo que tudo não passa de uma grande batalha perdida? Que as pessoas vêm e vão, e mais, não precisam de você de verdade? Dá vontade de queimar as fotos, começar de novo. Recomeçar. Re-recomeçar. Fazer errado quantas vezes for necessário, fazer o errado valer a pena o suficiente pra, anos depois, comprimir o coração com vontade de voltar e estragar tudo mais uma vez. A morte, pra mim, é não ter dado tempo suficiente pra acertar, deixar o adeus chegar antes que o trem pare na plataforma. É o não fiz, mas queria. E muito.