Teu livro ainda tá aqui na minha cabeceira. Deve ser um dos únicos romances que fazem parte da estante, sabia? Tenho problema com romances. Não engulo finaizinhos felizes, amores melodramáticos, aquelas sinopses que tu já conhece só de olhar a capa. Pra mim, casal é outra coisa. Estar junto é fazer doer. É sentir falta, saudade, atravessar a cidade pra um abraço. É brigar. Revoltar a casa. Casal que não briga, não se ama. Tem coisa melhor que se desculpar? Enquanto você lia, veio alguém na sua mente. Responda-me desta vez: quantas vezes o teu coração não explodiu de raiva no meio de uma discussão, enquanto você expunha seus argumentos e, tcharãn, um meio sorriso cansou de se esconder e apareceu ali no rosto de quem não baixava a guarda? É. A gente sabe que não é fácil. Mais difícil que isso, só engolir o sol de acordar feliz. A inveja tem sono leve. A inveja tem nome e endereço, cabelo bonito e corpo escultural. Lamento, aliás, quem conhece uma inveja com Tim Infinity. E não é ciúme, não. Medo de perder é bem maior que essa palavrinha escrota e banalizada, eu tenho mesmo é paciência, meu filho! Pra quem acha que é fácil aguentar mau humor, piriguete, bipolaridade, nervosismo e carência, tô aqui, vivinha e pronta pra partilhar as minhas crônicas. Sabe do que mais? Pior que grude, é ausência. Bate um desespero quando a gente começa a perceber que o outro não precisa tanto assim da gente. Já falei, repeti, fiz plaquinha e colei na porta: não gosto de gente melosa. Não gosto de flores, mas caio de amores se o meu menino me chamar de pequena, me pegar no colo e jurar que nunca mais vai embora.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Tão estranho acordar só agora.
Tão estranho acordar só. Nunca gostei de levar chicotada pra olhar o mundo de outro ângulo: onde entra minha liberdade de expressão no universo alheio? Segundo disse, em seu universo sou neutra. Mentira. Não expliquei, seja pelo cansaço de repetir, pela preguiça de argumentar, mas aqui no meu mundinho, sou esponja. Quem não é, aliás? Absorvo o que me convém (e muitas vezes o mal também) pra, quando faltar espaço, despejar tudo de uma vez e voltar a aprender. Digamos que, nesse momento, estou disposta a sugar muito mais, ainda mais agora que meus pilares desabaram. Tão estranho acordar. Ver que há mais serpente no éden do que é permitido pelas leis dos homens, ver que elas só aparecem pra gente em sua forma natural quando já estão no nosso pescoço, fazendo sufocar nosso espaço. Quem dá o direito de intervenção no nosso próprio planeta? Que fique cada macaco no seu galho, cada um em seu plano dimensional, afinal, sou egoísta em termos de solidão. Gosto do meu escuro. Qual é a graça de sair pintando os sentimentos nas paredes, se podemos simplesmente guardar tudo e preservar? A banalização me enjoa. Enoja. Cansa. Esquisito mesmo é gritar dor aos quatro cantos, gritar amor aos quatro ventos, jogar tudo pro alto e acabar de alma vazia. Tão estranho.
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